Neuropsicologia e inclusão escolar: como ajudar crianças com necessidades educacionais especiais

Entender a relação entre a Neuropsicologia e inclusão escolar no âmbito da inclusão escolar é um passo fundamental para profissionais da área educacional e para quem pretende se especializar e seguir esse caminho.

Como a neuropsicologia pode contribuir para a inclusão na escola? Com quais práticas inclusivas a Neuropsicologia pode ajudar? Essas e outras questões são levantadas aqui e apresentadas de uma forma simples, para que você compreenda a amplitude dessa relação e por que a Neuropsicologia pode ser o caminho para sua especialização.

Neuropsicologia e inclusão escolar: os desafios para crianças com Necessidades Educacionais Especiais (NEE)

A Neuropsicologia e inclusão escolar são fortes aliadas no enfrentamento aos desafios de alunos que têm necessidades específicas — as Necessidades Educacionais (ou Educativas) Especiais ou NEE.

A Resolução nº. 2 de 11 de setembro de 2001 do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica (CN/CB), com base no parecer CN/CB nº. 17/2001, homologado pelo Ministério da Educação (C) em 15 de agosto de 2001, considera educandos com necessidades educacionais especiais:

  • os que apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos:
    • as não vinculadas a uma causa orgânica específica; 
    • as relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências;
  • quem apresenta dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis;
  • quem apresenta diagnóstico de altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente os conceitos, os procedimentos e as atitudes. 

Principais desafios para crianças com NEE

Crianças com necessidades educacionais especiais (NEE) enfrentam diversos desafios no ambiente escolar e na sociedade. 

Alguns dos principais incluem:

1. Acesso à educação de qualidade

Sabemos que a área da educação sempre carece de recursos para atender de forma efetiva e oferecer um ensino de qualidade. Do mesmo modo, nem todas estão preparadas para atender alunos com NEE: faltam adaptações curriculares, profissionais capacitados e recursos acessíveis.

2. Infraestrutura e recursos didáticos

A falta de materiais adaptados, tecnologias assistivas e ambientes acessíveis prejudica a participação plena no processo educativo.

3. Falta de diagnóstico e atendimento especializado 

Muitas crianças demoram a receber um diagnóstico correto e o suporte adequado, como acompanhamento por uma equipe composta por diferentes especialistas, como fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, pedagogos, psicopedagogos e neuropsicólogos, que atuam juntos para atender suas necessidades específicas.

4. Falta de acompanhamento de um neuropsicólogo

A ausência de um acompanhamento neuropsicológico pode dificultar a identificação de dificuldades cognitivas, emocionais e comportamentais, impactando diretamente o aprendizado e o desenvolvimento da criança.

A presença desse profissional para identificar e acompanhar alunos com necessidades educacionais especiais é totalmente necessária no ambiente escolar. Por isso, precisamos reforçar também sobre a qualificação desses profissionais.

Uma pós-graduação em Neuropsicologia e Educação Infantil, por exemplo, instrumentaliza profissionais para lidar com alunos que apresentam variação de comportamento e com estratégias para a adaptação de sua aprendizagem. 

Além disso, esse profissional também atua na avaliação e reabilitação de alunos afetados por alterações cognitivas ou comportamentais causadas por disfunções e lesões cerebrais.

Como a Neuropsicologia pode contribuir para a inclusão na escola?

Para compreender como a Neuropsicologia pode contribuir para a inclusão escolar é preciso que você entenda quais seus objetos principais de interesse clínico: 

  • o funcionamento cognitivo, emocional, familiar, acadêmico e social de crianças e adolescentes com lesões adquiridas do cérebro (paralisia cerebral, meningoencefalite, traumatismo crânio-encefálico etc.); 
  • transtornos do desenvolvimento (deficiência intelectual, autismo, síndromes genéticas, TDAH, transtornos específicos de aprendizagem etc.). 

Formas de contribuição da Neuropsicologia para a inclusão escolar

Veja como a Neuropsicologia pode contribuir para a inclusão escolar:

1. Com avaliação neuropsicológica

A Neuropsicologia permite um diagnóstico mais preciso das dificuldades da criança, como TDAH, dislexia, TEA e outros transtornos que podem afetar o seu desempenho escolar.

2. Com adaptação de estratégias de ensino

Com base na avaliação, a equipe escolar pode criar estratégias personalizadas, ajustando metodologias e materiais para atender às necessidades do aluno.

3. Com suporte emocional e comportamental

Muitos alunos com necessidades educacionais especiais enfrentam desafios emocionais e sociais. A Neuropsicologia ajuda no desenvolvimento de habilidades socioemocionais, promovendo maior interação e inclusão.

4. Colaborando com a equipe multidisciplinar

A Neuropsicologia trabalha em conjunto com pedagogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, garantindo um atendimento mais completo para o aluno.

5. Acompanhamento e evolução do aluno

O acompanhamento contínuo permite ajustar estratégias conforme o aluno evolui, garantindo que ele se sinta parte do ambiente escolar e tenha condições de aprender no seu próprio ritmo.

3 exemplos de práticas inclusivas baseadas na Neuropsicologia

Algumas práticas estreitam cada vez mais os laços entre Neuropsicologia e inclusão escolar. Separamos três importantes, veja a seguir.

1. Ensino multissensorial

Quando o aluno tem dificuldade em somente um canal sensorial (leitura, por exemplo), ele pode se beneficiar com o ensino multissensorial, ou seja, que envolve diversos sentidos para reforçar a aprendizagem. 

Quem tem dislexia, por exemplo, pode aprender melhor ao utilizar materiais que integrem texto, som e imagem, facilitando a associação entre as palavras e seus significados. 

2. Adaptação de avaliações

As avaliações convencionais podem não ser adequadas para todos os alunos, especialmente aqueles com transtornos de aprendizagem. 

A Neuropsicologia sugere a adaptação das avaliações para garantir que todos os alunos tenham a oportunidade de demonstrar seu conhecimento de forma justa e igualitária. Isso pode incluir avaliações orais, uso de tecnologia assistiva ou tempo extra para concluir provas.

3.Envolvimento dos pais e profissionais

A participação ativa dos pais e profissionais da saúde é essencial para o sucesso da educação inclusiva. A Neuropsicologia oferece orientações para colaborar com pais e outros especialistas para criar um plano de intervenção que seja eficaz tanto em casa quanto na escola. Visite nosso blog e acesse mais conteúdos relacionados a esse tema. E se quiser dar o próximo passo em sua carreira e ser um agente de transformação no cenário da  inclusão escolar, faça sua inscrição em nossa pós-graduação em Neuropsicologia e Educação Infantil.

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