A aprendizagem na Educação Infantil é a parte mais importante no desenvolvimento das crianças. É nessa etapa que elas começam a explorar o mundo ao seu redor, adquirir habilidades cognitivas e socioemocionais, e estabelecer as bases para o seu futuro educacional.
No entanto, enfrentar desafios durante esse processo é bastante comum. Desses desafios, os transtornos de aprendizagem demandam muita atenção dos educadores, sobretudo para identificá-los.
Neste artigo, discutiremos os principais transtornos e como a Neuropsicologia pode ajudar a identificá-los e tratá-los. Acompanhe!
O que são transtornos de aprendizagem?
Os transtornos de aprendizagem são condições que afetam a maneira como indivíduos adquirem, retêm, processam ou utilizam informações, ocasionando dificuldades específicas na aquisição de habilidades como leitura, escrita, matemática ou habilidades cognitivas mais amplas, como a memória e o raciocínio.
Essas dificuldades persistem mesmo quando o indivíduo recebe uma instrução adequada e oportunidades de aprendizagem.
Os transtornos são considerados neurobiológicos em sua origem e têm um impacto significativo na aprendizagem na Educação Infantil, assim como na educação regular, afetando o desempenho acadêmico e na vida cotidiana dos alunos.
É importante ressaltar que esses transtornos não estão relacionados à inteligência geral ou a outros fatores externos, como falta de motivação ou desvantagens socioeconômicas.
Aprendizagem na Educação Infantil: quais os principais transtornos?
Alguns exemplos comuns de transtornos de aprendizagem incluem:
Dislexia
A dislexia é um transtorno de aprendizagem que impacta na habilidade de uma criança, adolescente ou adulto em ler, escrever e soletrar.
As pessoas com dislexia apresentam dificuldade para decodificar e reconhecer palavras, assim como na fluência da leitura e na compreensão de textos. Elas podem trocar, inverter ou omitir letras, ou palavras, ler lentamente e ter dificuldade em distinguir sons semelhantes na linguagem escrita.
Disgrafia
A disgrafia é um problema que afeta a habilidade de escrever de maneira legível e fluente. É caracterizada por dificuldades na caligrafia e na expressão escrita. O resultado é uma escrita desorganizada, ilegível e com erros frequentes.
Pessoas com disgrafia podem apresentar uma caligrafia ilegível, com letras malformadas, tamanhos inconsistentes e espaçamento irregular entre as palavras. Além disso, elas podem ter dificuldades em manter uma velocidade de escrita adequada e em organizar as ideias de forma coerente e estruturada no papel.
Discalculia
A discalculia afeta a habilidade de compreensão e trabalho com números e conceitos matemáticos.
Quem tem discalculia pode ter dificuldades em realizar operações matemáticas básicas, como adição, subtração, multiplicação e divisão. É difícil compreender os conceitos numéricos, organizar e lembrar sequências numéricas, reconhecer padrões matemáticos e entender relações espaciais relacionadas à matemática.
Disortografia
A disortografia é um problema na capacidade de escrever corretamente. O indivíduo com esse transtorno comete erros frequentes de ortografia e tem dificuldade para aplicar as regras gramaticais e ortográficas adequadas, bem como problemas na organização e estruturação das palavras escritas.
Indivíduos com disortografia podem cometer erros de soletração, como inversões de letras, omissões ou substituições de letras, erros de acentuação e dificuldade em usar pontuação corretamente. Além disso, eles podem ter dificuldades em organizar as palavras em uma frase de forma coerente e apresentar problemas de caligrafia.
Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem como principais características sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade, que interferem na vida cotidiana e no funcionamento acadêmico, profissional e social dos indivíduos.
No que diz respeito à desatenção, pessoas com TDAH podem apresentar dificuldades em manter o foco em tarefas, parecerem distraídas, terem dificuldade em seguir instruções e organizarem-se adequadamente.
Já em relação à hiperatividade, elas podem apresentar uma sensação constante de inquietação, dificuldade em permanecer sentadas ou quietas por períodos prolongados e agirem impulsivamente sem considerar as consequências.
Transtorno do processamento auditivo
Este problema afeta a capacidade de processar e interpretar informações auditivas, o que pode prejudicar a compreensão da fala e a discriminação de sons.
É importante reconhecer que os transtornos são condições específicas e cada pessoa pode apresentar combinações diferentes de dificuldades.
Como pode ver, esses transtornos são grandes obstáculos para a aprendizagem na Educação Infantil e em toda a vida escolar, se não tratados.
O diagnóstico e o suporte adequados, incluindo intervenções educacionais especializadas, podem ajudar a minimizar os efeitos e permitir que os alunos alcancem seu potencial máximo.
Como a neuropsicologia ajuda a identificar a origem dos transtornos de aprendizagem e tratá-los?
A neuropsicologia tem um papel importante na identificação da origem dos transtornos de aprendizagem e no desenvolvimento de estratégias de tratamento eficazes.
Em relação aos transtornos de aprendizagem, a avaliação neuropsicológica é frequentemente utilizada para identificar padrões de funcionamento cognitivo e detectar possíveis déficits específicos.
Por meio de testes e avaliações, um profissional com especialização em Neuropsicologia e Educação Infantil pode examinar habilidades como a memória, atenção, linguagem, habilidades visuoespaciais e processamento sensorial.
Essa avaliação abrangente ajuda a identificar as áreas problemáticas e a entender como essas dificuldades podem estar relacionadas aos possíveis problemas.
A partir dos resultados da avaliação, esse profissional pode fazer recomendações e desenvolver um plano de tratamento individualizado.
Essas intervenções podem incluir estratégias educacionais adaptadas às necessidades específicas da pessoa, como a implementação de técnicas de ensino multissensorial, modificação de tarefas e materiais, uso de recursos tecnológicos ou apoio individualizado.
O objetivo é aproveitar os pontos fortes da pessoa e fornecer estratégias que ajudem a superar as dificuldades de aprendizagem.
Como pode ver, o profissional com especialização em Neuropsicologia e Educação Infantil tem um papel fundamental no diagnóstico e tratamentos de transtornos que afetam a aprendizagem na Educação Infantil e outras fases escolares.
Isso torna a especialização em Neuropsicologia e Educação Infantil um fator importante para colocar cada vez mais especialistas no mercado, além da contribuição no processo de ensino de crianças com problemas de aprendizagem.