O debate sobre educação especial e inclusiva permeia o meio educacional há algumas décadas. O objetivo é garantir que todos tenham acesso à educação de forma igualitária.
No entanto, quando se fala em educação especial e inclusiva, normalmente isso remete a pensarmos na inclusão de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação.
No entanto, a inclusão é mais que isso. Por isso, vamos abordar neste artigo a diferença entre educação especial e inclusiva, assim como os tipos de inclusão escolar.
Continue a leitura e saiba mais!
O que é educação especial e inclusiva? Qual a diferença?
A educação especial é uma abordagem educacional que visa garantir o acesso e a participação plena de todos os estudantes, independentemente de suas características, habilidades ou necessidades.
Seu objetivo é valorizar a diversidade presente em sala de aula, buscando criar ambientes educacionais acolhedores, respeitosos e adaptados às necessidades individuais de cada aluno.
Com o foco na educação especial, são oferecidos suportes pedagógicos, recursos adaptados e atendimento especializado, de modo a promover a igualdade de oportunidades e o pleno desenvolvimento acadêmico, social e emocional de cada estudante.
Por outro lado, o foco da inclusão engloba a ideia de que a diversidade é uma riqueza a ser valorizada e compartilhada. Ela propõe um modelo de educação que promova a convivência entre alunos com e sem deficiências, respeitando suas diferenças e estimulando a colaboração e o aprendizado mútuo.
Em poucas palavras, a educação inclusiva é um modelo que visa garantir a heterogeneidade de alunos e promover a igualdade de oportunidades, independentemente de classe social, raça, cor, cultura (povos quilombolas, indígenas e ribeirinhos).
A diferença entre educação especial e inclusiva: entendendo as nomenclaturas
Diferenciamos educação especial e inclusiva dessa forma:
– Educação inclusiva: promove a inclusão de alunos com ou sem deficiência, que tem como objetivo a formação de uma sociedade mais justa, equitativa e solidária, que reconhece e valoriza a singularidade de cada indivíduo.
– Educação especial: faz parte da educação inclusiva, e é voltada totalmente a alunos que têm algum tipo de deficiência, distúrbio de aprendizagem ou altas habilidades.
– Educação especial inclusiva: uma variação da nomenclatura, enfatizando a inclusão do público-alvo da educação especial.
Resumidamente, enquanto o público-alvo da educação especial é limitado, a educação inclusiva reconhece que todos são diferentes no ambiente escolar.
Para entender melhor sobre o terminologia “inclusiva”, veja a seguir alguns tipos de inclusão escolar.
Os tipos de inclusão escolar
Saber os tipos de inclusão escolar ajuda a entender melhor o conceito dessa abordagem e como ela é ampla.
Veja:
Cotas raciais
O sistema de cotas das universidades é um exemplo de inclusão. São ações afirmativas, cujo objetivo é diminuir disparidades sociais, econômicas e educacionais entre indivíduos de diferentes etnias raciais.
Cotas sociais
As cotas raciais são parte das cotas sociais, que também preveem a reserva de vagas para alunos que cursaram o ensino médio em escolas públicas.
Dentro dessa cota, atualmente de 50% das vagas, metade é para quem tem uma renda familiar inferior a 1,5 salário mínimo e metade para quem tem renda familiar acima desse percentual.
Os Institutos Federais também reservam um percentual para alunos que fizeram o ensino fundamental na rede pública e vão ingressar no ensino médio.
Educação especial
Como vimos anteriormente, a educação especial faz parte da educação inclusiva. Apesar de ainda existirem escolas exclusivamente para educação de alunos com deficiência, a inclusão escolar permitiu o acesso de público nas escolas regulares, com direito ao Atendimento Educacional Especializado.
As necessidades educacionais especiais na inclusão escolar
Como vimos, a inclusão escolar abrange vários aspectos. Na educação especial, as necessidades escolares especiais referem-se às demandas específicas dos alunos que requerem apoios e adaptações adicionais para garantir sua participação e aprendizagem efetiva em um ambiente educacional inclusivo.
Essas necessidades podem estar relacionadas a deficiências físicas, sensoriais, intelectuais, transtornos do espectro autista, entre outras condições.
O Atendimento Educacional Especializado, AEE, atende essa demanda, que inclui:
1. Adaptações curriculares e estratégias de ensino diferenciadas
O que pode ser feito para atender às necessidades educacionais especiais, no que diz respeito às estratégias de ensino e adaptação de currículos:
- Modificação de materiais: adaptação dos materiais didáticos, como livros e apostilas, para torná-los mais acessíveis e compreensíveis para os alunos, por meio de recursos visuais, táteis e sonoros;
- Estratégias de ensino diferenciadas: utilização de métodos pedagógicos alternativos, como aulas práticas, jogos educativos, aprendizagem baseada em projetos, para atender às necessidades de aprendizagem dos alunos com diferentes habilidades e estilos de aprendizado;
- Avaliação adaptada: adaptação dos métodos e critérios de avaliação para permitir que os alunos com necessidades especiais demonstrem seu conhecimento de maneira adequada, utilizando recursos como provas orais, produções escritas simplificadas ou tempo estendido para a realização das avaliações;
- Individualização do currículo: adequação do currículo escolar de acordo com as habilidades, interesses e ritmo de aprendizagem de cada aluno, permitindo que eles avancem em seu próprio ritmo e explorem temas de maior relevância e interesse pessoal.
2. Apoio de profissionais especializados
A Lei 13.146/2015 prevê que estudantes com necessidades educacionais especiais tenham o acompanhamento de um profissional de apoio escolar.
Também é fundamental o acompanhamento com uma equipe multidisciplinar, com psicopedagogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, entre outros, que oferecem suporte e orientação especializada aos alunos e aos professores, visando aprimorar suas habilidades acadêmicas e sociais.
É importante salientar que é cada vez maior a necessidade de profissionais especializados em educação inclusiva e especial, pois a inclusão escolar ainda é um desafio a ser vencido.
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Até o próximo post!